Tipos de Raiamento de uma Arma

O Raiamento é o processo chave na fabricação de um cano, resultando em cavidades e raias que criam um espiral ao longo do comprimento de um cano. O Raiamento ajuda a transmitir o movimento giratório quando a munição é disparada e também em sua precisão.

Cano

A classificação dos canos das armas está na estrutura organizacional.

Raimento

Quando falamos em canos de armas, existem basicamente dois acabamentos internos: um com superfície lisa e polida, chamado alma lisa, e outro com superfície usinada, chamado alma raiada.

Um cano conhecido como alma lisa é o que possui uma superfície lisa e polida por dentro, pois é usado em armas de caça que possuem vários projéteis em seus cartuchos.

O cano alma raiada tem estrias no interior. Essas estrias são chamadas de raias, e são ranhuras helicoidais paralelas cuja finalidade é forçar o projétil a um movimento rotacional devido ao atrito. Esse movimento cria estabilidade em seu eixo por meio de uma força resultante chamada momento angular, que aumenta sua resistência ao clima, aumenta a distância de sua trajetória tensa, melhora a precisão e agrupa nas distâncias mais distantes.

Algumas características são facilmente identificadas, como: o tipo, quantidade, direção e passo do raiamento; no entanto, outras como: largura, profundidade e ângulo de lançamento, são variáveis ​​específicas do projeto de cada fabricante, que acabam sujeitas a segredos industriais.

No raiamento existem várias geometrias. Os tipos mais comuns de raiamento são: concêntrica e poligonal.

A raiamento concêntrico é o tipo mais comum e mais eficiente. Possui uma geometria de estrutura que é fácil de produzir, pode ser bilhamento, martelamento frio, martelamento quente e por brochamento.

Raiamento concêntrico ou convencional

Produz mais atrito, pois tem uma área de contato maior do que o poligonal, por isso é um tipo de raiamento indicado para projéteis de baixa dureza, como liga de chumbo; porem, seu desgaste costuma ser maior devido às suas bordas, principalmente em projéteis com borda dura, como jaquetas.

Raiamento poligonal

O coeficiente de atrito é menor neste caso, proporcionando menor desgaste e velocidade aumentada. Não é adequado para projéteis de baixa dureza, como os que são feitos de liga de chumbo. Ele tende a ter uma vida útil mais longa do que os tubos deslizantes convencionais.

As concêntricos convencionais são aquelas formadas por sulcos e estrias, como nas armas de fabricação nacional Taurus, CBC e Imbel. Concêntricos poligonais são aquelas formadas por cumes e vales, como nas armas feitas pela Glock, Heckler & Koch, Magnum Research, Tanfoglio e Kahr Arms.

Outros formatos de raiamento

Com a evolução dos canos com alma raiada, foram se desenvolvendo em inúmeros outros formatos como, concêntrico sulcado, concêntrico híbrido, estrias de serra e outros formatos.

Direção das raias

As raias possuem uma direção que equivale ao sentido que empurra o projétil o gira e sua orientação é vista no sentido da câmara para a boca do cano. Assim, se as raias tomam o sentido da direita, são chamadas de sentido direito (dextrogiro), se tomam o sentido da esquerda, são chamadas de sentido esquerdo (sinistrogiro).

Por mais que, exista diversas teorias sobre as vantagens e desvantagens dos sentidos das raias, algumas teorias que discutem esse tema relatam que dependendo do sentido das raias, podem melhorar a qualidade e cadência do tiro em relação à mão forte do atirador, também há teorias que apresentam sobre a qualidade e cadência do tiro em relação ao uso e costume de um estilo de empunhadura.

Passo de Raia

Alem dos formatos, o passo das raias influencia a balística, já que é através desta característica, projetada pelos fabricantes, que resulta o tipo de trajetória do projétil.

Para o projeto do passo do raiamento, são considerados fatores como: peso, forma, diâmetro, aceleração do projétil, comprimento do cano, pressão e as ondas estacionárias provenientes da deflagração.

O passo, também conhecido como giro de torção (Twist) é a distância em que a hélice da raia completa uma volta. Por exemplo, um passo de 1:8 significa que um projetil dará uma volta completa, em uma distância de 8 polegadas, no interior do cano.

Não necessariamente um projétil dará uma volta completa em torno de seu eixo assim que deixar o interior do cano; por exemplo, um cano cujo passo do raiamento é 1:8, em um cano de 4 polegadas de comprimento, resulta que este projétil antes de deixar o cano irá girar somente meia volta. Por outro lado, se fosse um cano com comprimento de 12 polegadas este projétil daria uma volta e meia ao passar pela boca do cano.

São dois tipos de passo de raiamento que existem: passo único (simples) e passo misto.

O passo único (simples) é quando em todo comprimento do cano a proporção é igual, como no exemplo anterior do cano cujo passo é a relação de 1:8.

No caso de passo misto ou giro de torção misto é um tipo de passo que muda seu ângulo de iniciação antes de finalizar o cano; com essa mudança no ângulo de iniciação, o passo irá mudar, por exemplo, passando de 1:12” para 1:9”

Pegando o peso do projétil em armas de calibre .223 Remington, tem-se variáveis no passo ou giro de torção do raiamento. Por exemplo, projétil que pesa 65g será mais estável em raias com passo de 1:12”. Projétil de peso de 55g será mais estável em raias com passo de 1:14” e o projétil pesando 80g estará mais bem-estabilizado em armas com passo ou giro de torção de 1:8”.

Quantidade de raias

Há armas de fogo com 2 até 16 raias, como as do cano de carro de combate, cuja quantidade de raias é muito superior, isso para compensar o peso do projétil e aumentar sua estabilidade.

As armas modernas de porte e portáveis várias entre 5 a 8 raias, algumas longa, com 12 raias, também chamadas de microrrais.

A quantidade de raias resulta diretamente na equalização dos vetores do momento angular, ou seja, na estabilidade do projétil.

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